SINTTEL participa de audiência na Assembleia Legislativa

Postado por: admin Categoria: Notícias

Na tarde desta segunda-feira (22), dirigentes do SINTTEL/RN participaram de audiência pública proposta pela deputada Isolda Dantas (PT) para debater a violência no ambiente de trabalho como fator desencadeador do adoecimento no Rio Grande do Norte, dentro dos eventos previstos no Abril Verde. No debate, o foco foi a importância de se esclarecer a sociedade sobre os riscos de não se preservar a saúde dos trabalhadores durante suas atividades.

O Abril Verde foi instituído no mundo por iniciativas de sindicatos canadenses, devido a um fato que ocorreu em 28 de abril de 1969, quando um acidente matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos. Desde então, o mundo relembra o “Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”, que também foi instituído no Brasil, em 2005. Além disso, abril também foi o mês escolhido no país devido ao dia Mundial da Saúde, instituída pela Organização Mundial da Saúde para 7 de abril, data que tem como objetivo conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde populacional.

Na discussão diversos participantes contribuíram com o debate em diversas áreas, alertando sobre a necessidade de se esclarecer que os riscos no trabalho não somente de acidentes. De acordo com os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aproximadamente 2,3 milhões de trabalhadores morrem todo ano devido a acidentes de trabalho e também doenças ocupacionais.

“A violência não é somente física ou verbal. Submeter o trabalho a condições inadequadas é uma forma de violência e capaz de prejudica-lo de maneira grave para toda a vida. É preciso que os trabalhadores participem dessas discussões, pois isso vai interferir diretamente no futuro de cada um deles”, explicou a psicóloga Maria Tereza Nunes, convidada à audiência.

No debate, o representante do Ministério Público do Trabalho, Luiz Fabiano Pereira, também alertou sobre o risco de retirada de direitos dos trabalhadores com as reformas que ocorreram e que estão em discussão, como a da Previdência. Na opinião dele, a pauta econômica é prioridade do Governo e, para se economizar, estão cortando direitos, mas sem haver preocupação com a saúde dos trabalhadores.

“Um dos grandes impactos da Reforma da Previdência é na economia. Ao invés de estar se discutindo quais seriam as medidas para reduzir o adoecimento e os acidentes de trabalho, o que também reduziria as propostas, nós nos deparamos somente com a punição e ao desamparo ao trabalhador. Redução de pensões, de direitos a pensões, elevação da exigência às aposentadorias, a retirada de benefícios, reduzir valor das aposentadorias, alterar as exigências ao trabalhador rural, que significam exclusivamente desamparo ao trabalhador. A discussão precisaria ser mais ampla”, sugeriu.

Representando o SINTTEL, a Diretora de Saúde do Trabalhador, Deyse Vale, destacou que no setor de teleatendimento tem se observado um alto índice de adoecimento não limitado apenas à ocorrência de LER/DORTs ou perdas auditivas, mas também doenças psicológicas, em razão da própria forma de organização das atividades e o elevado grau de exigência quanto ao cumprimento de metas relativas ao tempo médio de atendimento e de disponibilidade para atendimento, além do excessivo estímulo ao individualismo travestido de meritocracia, em detrimento de cuidados mais solidários.

“Quando o trabalhador adoece e começa a apresentar atestados médicos, ele deixa de ser bem visto na empresa e os próprios colegas de trabalho passam a enxergar no trabalhador adoecido alguém que atrapalha e prejudica o atingimento das metas da equipe, comprometendo os resultados operacionais e o consequente pagamento da remuneração variável”, esclareceu Deyse.

A deputada Isolda, após o debate, garantiu que vai continuar ouvindo a sociedade e os sindicatos sobre o assunto e colocou o mandado a serviço do tema. “Sabemos da importância e estaremos sempre vigilantes, abertos a contribuir com a classe trabalhadora”, finalizou a deputada.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte

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