Empresa fala de dívidas, redução de 150 cargos executivos e oferece 5,5% de reajuste. Sindicatos querem 9% para as lojas e para os demais empregados da Oi 8,5%. Próxima reunião dia 20
A primeira reunião de negociação do Acordo Coletivo entre a Comissão dos Trabalhadores (Fenattel) e a Oi foi realizada no último dia 14/11 no Rio de Janeiro. Durante toda a manhã foram ouvidasexplicações da empresa sobre as dívidas e problemas que a operadora vem enfrentanto. Os representantes da empresa apresentaram, em linhas gerais, os resultados operacionais e financeiros do trimestre.
Os Sindicalistas viram os números com preocupação, pois a receita líquida caiu 5% e como o nível de endividamento é muito elevado, a geração de caixa de cerca de R$ 9 bilhões não têm sido suficientes para estancar a sangria de uma dívida que se já se aproxima perigosamente dos R$ 50 bilhões.
Para sair dessa situação, foi informado que os acionistas aprovaram um plano de recuperação proposto pelo novo presidente, que, dentre outras coisas, contém a redução de 150 cargos executivos; redução do número de diretorias; redefinição do modelo de vendas de serviços; e venda de ativos – além de prédios e torres, estão à venda a própria Portugal Telecom e a AfricaTel.
Demissões
A Comissão de Negociação da Fenattel interviu apontando os erros primários na condução do negócio, como a terceirização da folha de pagamento e da contabilidade para a Accenture e a sempre equivocada política de rede externa. Os sindicalistas apontaram que os principais executivos é que tem de ser responsabilizados pela má administração. A categoria não pode e não vai aceitar demissões de trabalhadores como resposta às dificuldades que a empresa enfrenta.
Os representantes da empresa garantiram que as demissões já ocorridas foram ocasionadas apenas na redefinição do modelo de vendas e nos 150 cargos executivos. Afirmaram que a Oi conta com quase 19 mil trabalhadores e este número permanecerá, não havendo nenhum estudo no sentido de redução de quadro de pessoal. Disseram ainda que a redução de 400 postos de trabalho será “compensada” pela recontratação de quase 500 trabalhadores que virão da Accenture, voltando a internalizar, assim, toda a contabilidade e consertando o erro que foi esta decisão executiva.
Negociação do Acordo Coletivo
Na parte da tarde, a Oi apresentou uma contraproposta à pauta de reivindicações que foi enviada pela Fenattel. A empresa dividiu-a em três partes: A primeira para o pessoal da Lojas; a segunda sobre a Jornada de Trabalho e a terceira sobre o Acordo Coletivo 2014/2015.
Com relação às Lojas (cerca de dois mil trabalhadores espalhados em quase todo país) a proposta da Oi foi:
* Reajuste salarial de 5,5% em dezembro;
* Auxílio-creche de R$ 185;
* Tíquete de R$ 18,50;
* Auxílio-medicamento de R$ 316,50;
* Vigência de 2 anos.
Com relação à Jornada de Trabalho, a intenção da empresa é manter as condições atualmente praticadas, deixando para 2016 a redução da jornada para 40 horas semanais do pessoal de planta interna internalizado no ano passado.
Com relação ao acordo da Oi a proposta foi:
* Reajustar os salários até R$ 5.000,00 em 5,5%, acima disto um valor fixo de R$ 275,00;
* Tíquete de R$ 26,90;
* Auxílio-creche de R$ 390,00;
* Auxílio-medicamento iria a R$ 1.100,00
* Tudo valendo a partir de 01/01/2015.
Resposta dos Trabalhadores
Evidentemente, a Comissão dos Trabalhadores REJEITOU esta proposta indecente e, após muitos debates, os sindicalistas apresentaram a seguinte contraproposta:
Para as Lojas
* Como o patamar salarial é bem menor, o reajuste seria maior, 9%;
* Em todos os benefícios seria de 10%;
* Auxílio-creche extensivo aos homens;
* PPR de 1 salário:
* Auxílio-medicamento de R$ 500,00;
* Auxílio de Quebra de Caixa de 20% do salário;
* Auxílio-estacionamento;
* Tudo retroativo a 01/11/2014.
Jornada de Trabalho: Igualdade de condições a partir de 01/01/2015.
Renovação do acordo coletivo dos trabalhadores da Oi:
* 8,5% em todos os salários;
* Em todos os benefícios aplicar-se o percentual de 10%;
* Auxílio-creche extensivo aos homens;
* Antecipação da PPR (Placar) de 1 salário;
* Antecipação do 13 salário 2015;
* Um depósito extra no tíquete para as compras natalinas
* Pagamento de refeições nos deslocamentos;
* As horas-extras passarem a valer a partir do acionamento;
* Folga no dia do aniversário;
* Folga sem compensação de horas nos dias 24 e 31/12;
* Licença para trabalhadoras vítimas de violência doméstica;
* Abono de faltas para o caso de acompanhamento de filhos em internação médica;
* Adicional de periculosidade para os trabalhadores do GSM;
* Tudo retroativo a 01/11/2014.
A diretoria da empresa não escondeu sua insatisfação com a contraproposta dos trabalhadores, mas comprometeu-se em analisar e responder item a item na próxima reunião, no próximo dia 20. Outras duas reuniões foram agendadas para 27 e 28/11.
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